terça-feira, 16 de agosto de 2011

Uma só verdade!

É indiscutível que os milagres realizados por Jesus levaram multidões a seguí-lo. Quem não quer ter sua visão restaurada? Quem não quer presenciar uma multiplicação de pães quando se encontra em meio à fome? Os sinais feitos levaram multidões a seguir aquele homem que mandava que o mar se acalmasse e ele prontamente o fazia!
Mas algo me chama a atenção depois da realização de um desses milagres...
Depois de andar sobre o mar e ser seguido pela multidão, Jesus faz um discurso um tanto duro para aqueles que o seguiam. Acredito que Ele poderia até estar feliz pela quantidade de pessoas que o seguiam, que o ouviam, mas não poderia deixar de falar o que sentia:

“...a verdade é que vocês estão me procurando, não porque viram os sinais milagrosos, mas porque comeram os pães e ficaram satisfeitos. " (Jo 6.26)


Ele questiona o fato das pessoas o buscarem pela comida que foi oferecida num dos milagres realizados também por Ele, a multiplicação de pães (Jo 6.1-14).
Jesus então enfatiza a importância da comida espiritual. É então nesse discurso que Ele declara:

 “Eu sou o pão da vida. Aquele que vem a mim nunca terá fome; aquele que crê em mim nunca terá sede." (Jo 6.35) 

O texto narra então que alguns daqueles discípulos sentiram aquelas palavras duras demais para suportá-las. Daquela hora em diante, muitos daqueles discípulos deixaram de seguí-lo!
 Ao ler esse texto, vi cenas do cristianismo atual, vi uma multidão de "crentes" correndo em busca da felicidade oferecida não pelo relacionamento com Cristo, mas a felicidade oferecida pela prosperidade tão pregada por aí. O evangelho fácil tem atraído muita gente, mas se a verdade realmente é dita como deve ser( doa a quem doer), muitos recuam... O evangelho do "ôba ôba" , da coletividade, da prosperidade, atrai! Mas se a provação vem, se as coisas não acontecem como as pessoas querem, elas simplesmente sentem-se desanimadas a prosseguir. O texto continua...naquele momento encontram-se agora os mais chegados, mas Jesus, de maneira segura, pergunta:


 “Vocês também não querem ir?” (Jo 6.67)

Ou seja, a verdade era aquela. Sendo dura ou não, aquilo precisava ser dito e eles precisavam saber e decidir se continuariam com Ele. Pedro (ele mesmo, o que o negou), prontamente respondia àquela pergunta:
 “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna. " (Jo 6.68)


Pois é, reflito também em quão fácil é falar, quão difícil torna-se agir! Mas algo me incomoda ao ler sobre isso. Muitas pessoas param por não querer decepcionar a Deus. Pedro desistiu depois de tê-lo negado?
Precisamos prosseguir e poderemos até cair, falharmos com o nosso Deus. Ele não se escandaliza com as nossas fraquezas, conhece cada uma delas! Mas não podemos continuar a buscar a Deus pelo que Ele nos oferece, e muito menos pela facilidade imposta por aí. O evangelho não nos mostra a riqueza ou o milagre, como maneiras pelas quais devemos chegar ao Pai. Se estivermos ligados a coisas passageiras, passageira também será a nossa ligação com Deus. 
Ele é o pão da vida! Ele é a videira, da qual nós somos os ramos, ou estamos realmente ligados a Ele, ou não poderemos fazer nada! (Jo 15.5). Precisamos buscá-lo pelo que Ele é e por dependermos dEle!
Que o nosso desejo seja:  não viver o evangelho do comodismo, do que é "melhor pra mim", mas o evangelho da Verdade, que dura ou não, aceitando ou não, continuará sendo a "Verdade".

Lembre-se: só há uma maneira de chegar ao Pai:


 “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim." (Jo 14.6)


Penso em quantos morreram por proclamar a Verdade...
Penso em quantos deixam de proclamar essa mesma Verdade, por medo de ter as Igrejas menos cheias...
Penso que a começar por mim, preciso conhecer a Verdade, vivê-la e proclamá-la, custe o que custar! Eis aí um grande desafio!
Chega de viver um evangelho sem conversão, sem transformação de vida, sem santificação!
♫♪ "Eu acredito no evangelho que me chama
Para viver a simplicidade
De uma vida convertida e comprometida
Com Deus e a humanidade" ♫ 
(Gustavo Legal)
 
Que sejamos fortalecidos e cresçamos na graça e no conhecimento de Deus!

domingo, 19 de junho de 2011

Como lírio entre espinhos...

É exatamente assim que nos sentimos muitas vezes!
O Lírio é uma bela flor silvestre que cresce entre espinhos nos campos da Palestina. O livro de Cantares nos traz uma referência a esse tipo de flor:

"Qual o lírio entre os espinhos, tal é a minha querida entre as donzelas." (Cantares 2:2)

Existe uma comparação entre o Lírio e a Igreja.
Entendo que somos considerados como lírio entre espinhos porque fomos separados do mundo das trevas, somos privilegiados por isso e podemos nos alegrar diante de tudo que Deus nos oferece, do seu grande amor com que nos amou, sendo nós ainda pecadores (Rm 5.8), mas não podemos nos esquecer que, querendo ou não, vivemos nesse mundo que jaz no maligno (1 Jo 5.19). E diferente do que é pregado por aí, o evangelho não nos diz que viveremos apenas de momentos de bonança. O próprio Jesus nos adverte de que nesse mundo teríamos aflições. (João 16.33)

O Senhor nos vê como Lírios, que fazem a diferença em meio aos espinhos, representados por essas aflições, por tanta sujeira, violência, injustiça..

Fazendo a diferença e crescendo apesar dos obstáculos, precisamos entender que os espinhos, ora ou outra, podem nos machucar. As tempestades, injustiças, ofensas e tantas outras adversidades podem nos atingir, mas existe algo incrível que precisa acontecer em meio a tudo isso: Precisamos continuar a exalar o bom cheiro de Cristo!


Não esconderemos que de fato temos problemas e que os espinhos desse mundo nos machucam, mas precisamos continuar o caminho, precisamos aprender com os erros e prosseguir, precisamos nos colocar na dependência de Deus, crendo que é justamente nas nossas fraquezas que o Seu poder se aperfeiçoa (2 Cor 12.9). 

Embora seja difícil para nós, humanos e falhos, precisamos continuar a crescer, em meio a esses espinhos, para que o nome do Senhor seja glorificado. Precisamos ter a certeza de que Deus cuida de nós e nos dá o crescimento, nos dá vida e vida abundante!

Que possamos nos lembrar: Lírio tem perfume, somos o bom cheiro de Cristo! Exalemos pois o bom perfume de Cristo em nosso modo de viver!

“ E graças a Deus, que sempre nos faz triunfar em Cristo, e por meio de nós manifesta em todo o lugar o cheiro do seu conhecimento. 
Porque para Deus somos o bom cheiro de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem.” (2 Cor 2 14-15)

Que Deus nos abençoe e nos fortaleça a cada dia!


sexta-feira, 6 de maio de 2011

Relacionamentos vazios

Quantos amigos você tem no Orkut? E nas demais redes sociais? Sei que pode demorar a contar, afinal são tantos,não é mesmo?
Mas agora a pergunta que não quer calar: com quantos desses "amigos" você realmente pode contar?
O fato é que somos a geração da tecnologia, a geração da correria. Podemos até gostar disso e sermos bons em brincar com nossos "brinquedos" virtuais (úteis  e perigosos) e até  já nos acostumamos a correr (apesar de todo cansaço), mas somos falhos em criar relacionamentos sólidos, verdadeiros! Somos  a geração dos relacionamentos vazios! "Somos experimentados no relacionamento com as máquinas e inexperientes no trato com as pessoas".


E o pior: temos encontrado esse tipo de relacionamento dentro das Igrejas!
Faço uma reflexão sobre o que Paulo escreve na segunda carta aos Coríntios em relação à unidade dos membros do corpo (1 Cor 12. 12-27). Ele fala sobre a importância de cada membro e do cuidado que devemos ter uns com os outros. 
Lembro também da oração que Jesus fez pelos seus discípulos e por aqueles que pela sua palavra haveriam de crer nEle, ou seja, nós. Ele pede para que todos sejam um, como o Pai e Ele o são, para que assim o mundo creia que o Pai o enviou. (Jo 17. 20-23) 

Então me pergunto: onde está a unidade? Somos realmente um? Será que não temos tido  um relacionamento distante com nossos irmãos? Tenho eu me preocupado com os outros membros, que ligados a mim formam o corpo?


E talvez, ao me perguntarem onde está “aquele” meu irmão, eu responda como o fez Caim:

“Não sei; sou eu o responsável por meu irmão?” (Gn 4.9)


Talvez possa não sentir falta da outra parte, do outro membro do corpo, ou talvez possa dizer: vejo aos domingos na Igreja e converso uma vez ou outra através do Orkut, Msn...
Deixo claro desde já que não sou contra a comunicação feita através desses meios, reflito apenas em como temos deixado de lado o essencial.


A verdade é que temos nos preocupado tanto com nossos problemas que já não temos tempo para nos preocuparmos com os outros. E assim, a Igreja tem perdido a essência do cuidar, do partilhar, a essência observada na Igreja primitiva (At 2.46-47). 
O resultado disso:  membros isolados e consequentemente mais fracos na fé. Quem fica feliz com isso? Basta apenas mencionar que é muito mais fácil que o lobo faça a festa com uma ovelha isolada do que se ela estiver com o rebanho.

Ao nos mantermos afastados dos nossos irmãos também esquecemos que Deus nos mandou amar ao próximo como a nós mesmos. E aí posso dizer: “Mas eu amo meu irmão, apesar de não estar próximo dele, eu oro por ele!”
Posso orar pelo meu irmão e isso é importante (Tg 5.16), mas preciso me dispor a cuidar dele, pois quem ama cuida, quem ama cativa e está pronto para estender a mão, para ouvir e ser não somente um irmão, mas um amigo.

“O homem que tem muitos amigos pode congratular-se, mas há amigo mais chegado do que um irmão.” (Pv 18.24)





Louvo a Deus pelos meus amigos mais chegados que irmãos e oro para que eu me disponha a estar mais próxima daqueles que estão ligados a mim como membros do corpo. Que possamos realmente ser um e sejamos fortalecidos na fé, crescendo juntos na graça e no conhecimento do Senhor Jesus!
Que essa seja também a sua oração!


Que Deus os abençoe!


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